Hoje choro eu...e velha Xica

- para Waldemar...
 
De Cabinda ao Cunene choram todos os
Poentes ígneos, flamejantes e apaixonados
Polvilham o silêncio que esperneia magoado
 
Perdeu-se no tempo uma hora delirando dramática
À beira do Cuanza afogou-se um sonho tão cromático
Na passada colorimos um semba emocionante e galático
 
Resta a saudade e a memória da nossa Velha Xica
Terra rica Angola és livre, sempre foste minha namorada
Da Muxima colorida colho pra ti uma pitanga apetitosa e revigorada
 
Das acácias floridas chegará uma brisa elegante e fanática
Depositará no Cuanza as cinzas do teu ser poético…tão aromático
Cantará alegremente zumbindo qual marimbondo feliz e selvático
 
Frederico de Castro
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