HORAS MORTAS

 Escrevi o teu nome na areia
    Do sangue que corre em mim

Se me abandono no tempo
   Se me nego ao sentimento
       
 Se evito as palavras lidas
        Se evito a sombra minha

Se escrevo nas linhas o sentir
  Se tropeço no que não quero
       
Se pontapeio para o lado
         Se caio na folhagem no outono

Se me escondo nos pingos da chuva
    Apenas encontro-te dentro da minha alma
         No bater forte do meu coração

 Pois o sangue que corre em mim
         Sai das tuas veias à procura de mim

       Com a saudade de te ler
Onde guardaste tu o nó

           Das horas mortas
Com que chegavas em palavras
    No silêncio das pétalas soltas.

 

 

 

 

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