IDÓLATRAS DA FELICIDADE

Não é possível
Que você esteja assim tão bem
No meio de tanta dor.

Só eu que sinto o horror
Que chega escondido,
O meu sorriso só está fingindo.

Tal qual 
Meu corpo com espasmos
O mundo está,
Ninguém aceita
Mas vai acabar!

Sou uma estranha
Em meio a tantos 
Que idolatram a felicidade,
Só eu que enxergo a realidade.

Supus que deus
Me concedesse privilégios,
E que eu nunca provaria o desamor
Mas minha tristeza além de saber
Que não vou te ter nunca mais
Foi descobrir que sou igual
A todos os mortais.

Não é possível que vocês
Sejam tão fortes
A ponto de não 
Se revoltarem contra a morte
Dos nossos sonhos e antigos ideais
Mortos naquele tempo
Que não voltará jamais.

Supus que deus
Me concedesse privilégios
Por eu achar que estava 
Isenta de sacrilégios
Mas além de não te ter nunca mais
Descobri que sou igual
A todos os mortais.

JM JAMILA MAFRA
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