II
Patria! a Patria! dá rebate e chama,
Chama por todos nós.
Ha uma corrente electrica que inflamma
Os netos e os avós!
Irrompe a multidão a afiar a espada
Do combate leal,
No pedestal da Estatua immaculada
No eterno pedestal,
E vae cobrir de lucto a grande Imagem
Do heroico luctador,
Como um protesto contra a villanagem
Do estrangeiro rancor!
Mas a Estatua que fora innacessivel
Ás grandes ovações,
Num delirio de pompa indescriptivel,
A estatua de Camões
Animou-se um momento e pela face
O pranto lhe rolou,
Como astro de esperança, que raiasse...
E á espada a mão levou!
Esta ODE foi expressamente composta e recitada pelo autor no sarau da
Sociedade Nacional Camoniana, realisado no theatro Gil-Vicente do Palacio
de Crystal, aos 10 de junho de 1891, sob a presidencia do ex.^mo sr. conde
de Samodães, secretarios os ex.^mos srs. Tito de Noronha e Almeida Outeiro.