ILUSÃO - II

Poema ILUSÃO (I e II) - Dedicado a Catarina M. Antunes

A tua vida não termina nesse túmulo. Fosse a morte o fim da vida, e sem sentido seria o Universo. A criação se esmaeceria e o ser pensante estaria destituído de finalidade.

No meu pensamento, flui a inspiração e com ela viajo nas asas dos teus sentimentos, bebendo as palavras que brotam poeticamente da tua alma, plasmando-as neste poema, como se fosses tu Catarina, a escreve-lo. São palavras molhadas de um amor que naufragou, gerando uma tristeza mensageira do sofrimento em miasmas de contaminação foi corroendo o rochedo da razão, levando a tua vida, lentamente nas ondas de um mar de desilusão.

ILUSÃO II

Amei sim….
Amando sem ser amada
Memórias de um gesto perdido
Trajado na ilusão e na mágoa
Decanta o prenúncio abandonada
Ecoa no silêncio murmurante
Lavo o perjúrio de amante
Nos olhos rasos de água
Prendo a dor ao teu nome
Querendo alimentar o sonho
Viver o passado distante
Saciando em ti esta fome
Quimera de um sonho alucinante.

Amei sim….
Nesta paixão tresloucada
Tu és tudo eu sou nada
De tanto esperar e sofrer
Prendo a ânsia de viver
No silêncio espero por ti
Atada no vazio da espera
Entre nós omissos e nefastos
Por tantos nomes que assumi
Amante por amor cativa
No tempo frio, sem primavera
Maldita desta paixão altiva.

Amei sim….
Rasgo o tempo, rasgo o véu
Calaram-se de memórias,
Nos meus olhos de pedra
Minhas mãos procuram no meu ser
Forma alada na prece que pedi
Se eu pudesse ter asas, as que o amor me deu
Se eu pudesse voar para aí!
E chegar sem saber
Perdia as minhas asas e caía do infinito
Fechava-me num grito, ficava dentro de ti
Morreria contigo, no caminho para o céu.

João Murty

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Comentários

NA ILUSÃO VAI VIVENDO... MORRENDO NA ILUSÃO, ENGANANDO O  CORAÇÃO.

LINDO!!!