IMODERADO INEDITISMO DE CADA NOITE

Às tuas demandas imoderadas 
O meu faminto e indelével contraponto
O ineditismo de cada noite
Culminando no sono realizado de cada manhã.
 
Se me outorgas o mandato do teu apurado paladar 
Sigo na plataforma para compor, ao teu gosto, as tuas fabulosas telas;
Quisera jamais pudesse deixar de explorar tuas trilhas
Quisera ser o ornamento perene de todos os teus caminhos.
 
Com a anuência dos teus olhos travessos
Resto-me envolto na desenfreada ambição dos teus braços e pernas;
Insurgente transpiração da minha verve de caçador
A cada meticulosa etapa dos teus incomparáveis frissons.
 
Desde o sal da tua irrefragável excitação 
Até o singular privilégio da tua ofegante sinfonia
Imensuráveis são as ondas de contentamento
Ante ao astuto explorador da mística cor de mulher amada.
 
Por teus aclives arrebatado
Por teus declives já explorados
Sou alquimista em constante manipulação da tua energia
Fixando-me no que me dizem as tuas marés 
Só pra fazer jus a cada milímetro da tua profundidade
À cada revelação da tua intimidade
Como se fora a absoluta sincronia da verdade com o onírico
Da música que constrói uma história em contínua ascensão
Com as inéditas melodias que teu corpo me canta à cada noite.
 
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