INDEXAR IRONIA
INDEXAR IRONIA
Hoje vou indexar ironia
Nas frases que falam, como tivessem boca
Momentos criados, em promessas e esperança
Semeado em falácias, colhidos na utopia
Num versejar, possessivo, em toada louca
Difusas, confusas no teorema e na teoria
Magos políticos, reúnam em surdina
PASSOS ardilosos, ressoam na calada
PORTAS falsas, num meio inquisitivo
Obstinados, no ar, sente-se a adrenalina
Selam o provisório, numa golpada
É o eco acéfalo no definitivo.
Em leis nuas, fulgem espadas frias
Sobre pensionistas e reformados
Estão condenados, de braços estendidos
São o elo mais fraco para vis tropelias
Por ordem dos Magos deslumbrados.
Deixam o sangue, perdem os sentidos.
Ecoam gritos, vozes se erguem na rua
Juntam-se os velhos na marcha da dor
Pernas dormentes, peito amargurado
Indignados, unidos numa luta pálida e nua
Cantam a liberdade e um hino de clamor
Pelejam por um descanso, digno e esperado.
Hoje vou indexar ironia
Vou desindexar a Demo-Cracia
Vou despedir e mudar o Povo
Sou o Demo - O Demónio sarcástico do dia
Tenho o fogo da palavra que me liberta e alumia
Amanhã, serei Cracia – Poder, mais justo e novo.
João Murty
Comentários
Madalena
3ª, 01/04/2014 - 15:27
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Muito intessante o poema!
Muito intessante o poema!
Abraços!