INQUIETAÇÃO

 

Gravo na pedra o meu grito

Que no silêncio suporta a minha dor

Gravo na lápide do desalento, a esperança

Deixo à porta da cela, o rancor

 

Não há fechadura, chave, nem grilhetas

Carrasco, guarda, ou ladrão

Há no chão, encarcerado, moribundo

O desalento, a dor, a inquietação

 

Aquele chão negro da tristeza

O verde da esperança pintará

Naquela cela escura, cor da morte

O Sol da alegria chegará

 

O silêncio mudo ganha voz

E esse corpo inerte se levanta

Dando vida á morte que há em nós

Com o grito preso, na garganta!

 

Mário Margaride"GIL60"

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