INSENSATEZ
Formas invisíveis
Visíveis aos olhos de quem busca
Na insensatez, uma gota de orvalho na alvorada
A paz cabível aos justos
Tranquilidade para o mar revolto
No ancoradouro de um porto, o sossego da chegada
Formas invisíveis
Abstratos sentimentos tão concretos
Que se fundem, se debatem, se encontram e se perdem
E o que pede é tão pouco
Que o simples despertar de um sonho
É tanto para quem não quer ou não os conhecem
E dispo assim as vestes da minha alma
E entrego-me à dor que eternizaram deuses
Recusando-me ao dom da bem aventurada
Porque me entreguei aos sonhos
Que sem querer ou por querer idealizei na mente
E fiz do amor um sonho, para despertar no nada
E do visível
Me vi invisível aos olhos
De quem não soube ter
A sabedoria, mágica que nos faz entender
Que o visível acaba, sem mais, nem porque
E, o que fica eternamente é o que não se pode ver.