Juro-te lua
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 7 November 2024
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para a Carla
Em cacos a noite adormece estilhaçada, tão penosa e sentenciada
Advém deste silêncio minhas preces saboreadas numa brisa solene e enamorada
Tal qual a imensidão de escuridões pousadas no tapume das palavras mais estouvadas
Juro-te lua soltar teu luar para apascentar o imarcescível horizonte de breus louvados
Congregar em cada gargalhada o sabor faminto das ânsias e dos desejos agora revelados
Acantonar-me nas margens do silêncio onde desbravo um turbilhão de ecos bem preservados
Juro-te lua dessedentar-te nas mais íngremes estepes dos céus voláteis vorazes e impulsivos
No perímetro da noite contornar a geometria dos tempos periféricos, mágicos e compassivos
Medindo a tridimensão de cada hora onde assenta a solidão do teu olhar ainda tão persuasivo
FC
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