Lamento do Entardecer

LAMENTO DO ENTARDECER

Uma lágrima escorre por dentro

Lavando a amargura de todas as ausências.

Do Amor, do prazer, da alegria.

Da falta de uma vida inteira.

Este modo de esmorecer lentamente

Tem a medida dos silêncios Das falsas tranquilidades Dos bons comportamentos

Do enganador verniz brilhante.

Apagam-se as luzes da ribalta. Perdem-se as cores.

Ficam as memórias a preto e branco, e alguns entusiasmos intermitentes.

Há um frio gélido nas mãos

Um brilho de água nos olhos

Um desgosto que se esconde por dentro, nas pregas do tempo.

Na plateia, dizem-me vencedora.

Terrível ironia esta, de parecer o que não somos.

Deixem-me nascer de novo.

Desta vez só quero ser feliz!

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