Laranjeira

São dez lâminas a apontar. São dez braços bronzeados a me levantar. São paredes esponjosas salpicadas de cor, terminadas ao fim em cambiantes mais maracujádos, num anel cingido por sobriedade. E depois dele, a brancura adentra faz-se tão virgem quanto terra que não desvirginou. E sou eu o escolhido a sacrifício. Caminhos, mundos, estórias incluídas sob meu rosto inchado na aparência da gota que cintila à plenitude da luz granulada pelas águas frias nas ondulações do horizonte, que dá vontade de brincar bicicleta, ao lado da folhinha caída; quebradiça nas arteriosas. Percebe, a laranja, como folha úmida, amassada. Perceba-a! Amasse uma e veja rochedos curvados (curvados numa folha de papel). Amasse. Umedeça-a e veja como os rochedos curvados afundam e desaparecem enquanto a água é. Não vá enamorar os verdadeiros. Veja-os estes em uma folha das muitas outras e, seus veneráveis rochedos, e venere-os com força enquanto restam na aceitança das mãos; enquanto volto nos caminhos da laranja. Seus caminhos que quero caminhar, sendo eu advertido; alçado; protegido dentro pelas paredes salpicadas; na terra virgem que não plantou laranjeiras.

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