Latidos na noite

Numa poça da noite liquefaz-se um ruído mágico e atrevido
Esgueira-se de esguelha pelas frestas do silêncio mais esquivo
Em cada leda palavra satura-se a luz prenhe de breus tão impulsivos
 
De ruídos e latidos grunhe a solidão exposta ao espantalho do luar compulsivo
Ateia o fogo a estes versos perfumados com afagos insuflados num uivo contido
Simula um atalho escoando num lamento tão ensurdecedoramente expressivo
 
Com frágeis carícias o tempo apascenta o lento vaivém de uma rima intuitiva
Perde-se no meio de uma hora confinada a esta megalomaníaca solidão proativa
Espreita com altivez a miudinha e serena escuridão pousar numa fecunda prece assertiva
 
FC
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