Letargia

Ó tormenta! Que me enlonqueces...

Não sabendo sequer o que sinto

Coração! Que no meu peito arrefeces

Embragado! Pelo amargo sabor do absinto.

 

Ó alma! que nas amarras da amargura permaneces...

Temendo o amor pois nele a dor pressinto

Trauteias inaudíveis preces

Nesse Limbo por ti faminto

 

Cobres-te de alegrias que desconheces!

Abstrais-te do ontem

Porque no amanhã permanes.

 

Gemendo baixinho males de que padeces

Esventras agonias que não te esquecem

Nessa letargia sem fim amanheces.

 

MilaS

 

 

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