Liberdade - O lamento do selvagem
Liberdade – O lamento do selvagem
Sempre estive onde quis estar, tendo minhas necessidades como limitação
Sempre fiz o que quis fazer, sendo a fraqueza minha única restrição
Sempre tive o direito de me defender, dependendo apenas de força e determinação
Sempre pude ser feliz dependendo da situação
Com medo de me queimar, entreguei o fogo que me mantinha aquecido
Com medo de me machucar, entreguei a espada que outrora afastara meus inimigos
Com medo de ser humilhado, me ajoelhei aos pés de uma entidade
Por medo do desconhecido, abri mão da felicidade
Por medo do desconhecido, abri mão da minha força e das minhas vontades
Na intenção de ser protegido, passei a proteger esta entidade
Troquei um mundo inteiro para ficar preso numa cidade
Agora não tenho direito sequer de saber a verdade
Para proteger o que nunca me pertenceu, entreguei a ele tudo o que herdei
Minha espada, meu escudo, minha consciência, meu poder
Acreditando que dali em diante esta entidade iria me proteger
Hoje me sinto um tolo, aprisionado numa sociedade
Ao contrário do que pensei, o medo contínua sendo uma realidade
A única diferença é que hoje ele serve para sustentar a entidade
Com medo da humilhação, aos pés da entidade me ajoelhei
Hoje por ela sou humilhado, explorado e massacrado
Com o poder que eu mesmo dei
Cleiton S. Lima