Luar à deriva

Lá vai a maré à deriva, toda ela embebedada
Toda ela elegante, castiça, profana e acomodada
Ali borbulha um silêncio e uma emoção bem cortejada
 
O luar embandeirado em arco veleja à bolina de
Uma brisa carente e terapêutica que saiu em disparada
Ininterruptas as horas suspiram, suspiram quase exoneradas
 
Sem algemas cada eco estilhaça-se na escuridão dilacerada
Atordoada a maresia ainda destila uma prece tão revigorada
Solitariamente a poesia amamenta cada palavra mais exasperada
 
FC
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