Lucas

O meu sobrinho nasceu hoje,
Ou há um ano e meio, não importa lá muito,
O que importa é o sol que nasce neste oceano,
Aquilo que ouvimos dizer,
Porque o Lucas é o Lucas, é o Lucas e é o Lucas, tomem lá!
Estão a ouvir?
Eu ouço todos os dias a bater do “tic tac coração”.
 
Talvez seja hora de fazer a barba,
À parte disso vais fazendo a tua enquanto eu alugo o jato privado para ir ver o recital,
Concordas, caro sobrinho?
Se sim vota Lucas,
Vamos vendo todos (,) os teus passos como não-adulto de 18 meses bem feitinhos, com horizontais e tudo.
Já disse que te amo? É que acho que eles querem saber,
Pff, parvos, muito parvos, parvíssimos parvos,
Mas tu não te rales que tu és o Lucas.
Carregamos no replay às vezes, mas adormeces ao meu colo como se nada fosse, porque nada é,
E os sabichões que vão levar com um peluche na cabeça.
 
Fizeste-nos o favor de nascer nos nossos lados tão amados,
Leite não derramado sobre o qual não se chora,
Mas tens este tio que pensa,
Não é cancerígena, é só psiquiátrico.
E eu penso em ti…
Porque estou ao teu lado e as metamorfoses crescem,
Cresces a olhos cegos,
Consideração que achem que não conheces é click bait,
#oLucasSabe.
 
Estás a ensinar-nos a degustar-te,
Viramos Boys Bands sem sucesso algum,
E como resultado fazes-nos felizes,
Assim decidiu-se o nosso mundo,
Logo hei-de saber onde me enganei.
Até as solas chegarem ao fundo,
Até que lá chegue apenas saberei.
Mas vá, desculpa,
 
É que não sei falar de ti magicamente mágico,
Mas sabes muito bem que és o nosso mulatinho,
Mandas abaixo PNR’s e PCP’s
E gostas mesmo de ser o teu Lucas,
O senhor bebé que sabe quando chorar um pouco.
Não sei usar batom,
Mas de qualquer forma prefiro dar-te a coroa em vez da cara.
Hão-de chegar as letras do abecedário e as gentes pela ordem que lhes vá naquelas almas,
Que “Sui Geniris” seja palavras.
 
Já começo a dizer que “o tio está aqui”,
Pff, mas que parvo que o tio é,
Não há competição possível,
Afinal deixas-me não correr atrás de ti.
Eu vou-te dizer que se calhar para eles foi mesmo para a vida toda, sabe-se lá, mas a verdade é que sabe-se lá.
E eu vejo-te,
Traz-me orgulho, ver-te a chorar com novas expressões,
Por isso afio o teu lápis e escrevo o teu livro,
Por isso tudo o que vês e ouves acaba por vir e ouvir da cabeça até ao núcleo pianista,
É a tua vida que agora conheces.
Ainda recordo a notícia,
A alvorada da alma que já era um pouco alvoraçada,
Graças a graças,
Comicamente apaixonante isto.
 
Já deste aquele beijinho à tua mãe?
Já contaste aquela história ao teu pai?
Hmm, ok, eu espero.
“Corre chocolates pequeno, corre chocolates,
Olha que não mais lições no mundo, se não correria.
Corre chocolates,
E eu correrei chocolates com a mesma verdade com que corres,
Corramos nós os pequenos sujos”,
São frases do teu avô bastardo,
Porque vou muito mais por ti do que por ele, haha,
O cadeado abriu-se, fugiu e levou-nos.
 
Moh Cuquinhas,
É hora de ir domir! Não chegues atrasado ao nosso evento,
Sabes muito bem como o teu tio parvo precisa dessas mariquices,
Afinal, temos de crescer,
E teres alguém às cavalitas dá sabor à viagem.
 
Em resumo,
Este brain storming que te transmito é o que deves fazer-me aprender para que eu nunca diga “nunca!”
O teu sague está a ser lido,
E até lá as lições são tudo o que não nos sobra.
 
Por isso, meu amado sobrinho,
Obrigado e boa sorte,
O tio está aqui.
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