LUTÉCIA DOS DIAS MAUS

LUTÉCIA DOS DIAS MAUS - (Decicado a Gerárd de Nerval)

Polaco branco transparente Nerval,
fugia nas escunas iletradas ondas de sal,
tinha motivos para aportar, mais preferia,
navegar em páginas águas incautas e frias.
Sem permissão da velhacaria,
que somente permissionária é no parnaso,
primeiro ou ultimo descendente do réu,
morrente na estranha vila Lutécia dos dias maus.
Pediu água a quem tinha pão e pão a quem tinha água,
nas botas de Napoleão, de fato não queria nada.
Segurava avalanche inconformada de visar o chão,
almejando encostas de todas as montanhas,
fixar de branco polaco e transparente Nerval.
Considerado pelo seu prumo mágico,
na eternidade suportado e comprimido,
nas fendas apontadas para a rua,
tudo o mandava pra lá excluído.
Agraciando suas conquistas puras,
pelas suas próprias mãos aveludadas,
escolhido por estar no escuro perdão,
nas bordas do bordão bordado a escrevinhar.
Centro de uma magnífica estrela pulsante,
tão, tão distante que sequer sabemos onde,
porém branca, também
polaco, transparente e inatingível Nerval.
Que preferiu aportar.

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