AS MÁSCARAS

 

Foram já tantas as máscaras
que foram envergadas por mim,
e todas elas levaram a que perdesse
o real e verdadeiro sentido
daquele que era meu verdadeiro ser!
 
Umas vezes chorava de dor,
de pena, abandono ou perda,
outras riram de prazer e jubilo
quando inebriado de loucura
fiz alguém saber o que é sofrer!
 
Se em alguns momentos fugazes
eu nelas me reconheci, perdoem-me
aqueles que meus actos fizeram perder
a pessoa que um dia conheceram,
e que aos poucos deixei de entender.
 
Que se afastem e minha presença
os que hoje ainda porventura queiram
que eu as volte a enveredar, a seu prazer,
pois não sabem o quanto me magoou
perder o que em tempos me deu esperança…
 

 

O sentir afastar de mim quem não voltou
a ver a pessoa que em tempos lhes sorriu,
ou o ser que os reconfortou…
aquele que nunca virava as costas,
e que agora tem nelas o peso da culpa!
 
Como me deixei a isto chegar,
as memórias perdidas são tantas
que nem me sei mais capaz
de tal momento conseguir evocar
para tentar algo emendar…
 
Mas, visto daqui para mim olho
no mais fundo do meu interior
culpando-me por não ter sido forte
e facilmente me deixar corromper
no âmago do que foi meu ser…
 
Ao espelho me vejo dia após dia
e não reconheço o rosto que envergo,
pois não tem sinais de alegria
que há anos ele espalhava
e que agora não passa dum sorriso vago…


 
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