Medo de tentar

Medo incandescente de fracassar
Eu jogo pesado comigo mesmo,
Fastígio minha esperança vulgar,
Tateio minha junta óssea a esmo.

Da catacumba deixo a soterrar
O crânio no gradual alesmo.
Deixo idem o músculo gangrenar,
Serei enterrado n’algum sesmo.

Um dia o receio ressecará a pele
E a vontade de vencer, amputada
Lute contra seu físico que repele

O amor a vida que em vão se expele,
Pazigue ela deixando-a bem falada
Não espere que seu coração apele. 

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