menina e mulher

 


Foi assim que a conheci,
quase uma menina ainda,
terna, meiga e tão pura, 
vestida de candura,
mas já  audaciosa e provocante,
no seu jeito então de ser.
 
Acabou por ser uma rainha,
um tesouro bem guardado,
acalentando meu coração.
 
E eu sorria,
enquanto você permanecia
com a túnica da inocência.
Uma garota apenas
de quem eu gostei 
como a menina doce que era!
 
 
Depois  a reencontrei,
num belo corpo de mulher,
que vejo às vezes mergulhado
em tantas ansiedades...
Uma garota sensível e carente,
trazendo uma mulher desejosa,
uma fera aprisionada
no seu corpo virgem e inquieto,
ainda amedrontado
mas antevendo o prazer
que poderia dar e sentir.
 
Seu desejo apreensivo,
irrequieto, nervoso,
desejando romper as grades
que o aprisionam
e finalmente explodir
na plenitude de um orgasmo,
satisfazendo os desejos ardentes,
que  castigam seu corpo casto,
queimando sua pele morna e macia,
arrepiada de tentações sufocadas.
 
Seu corpo inocente e ainda imaculado,
 ansioso por se iniciar,
descobrir os caminhos do amor sensual,
sentir os eflúvios de um gozo pleno,
satisfazendo seus instintos
de fêmea voluptuosa e tão cobiçada.
 
Então, a amei como mulher!
 

 

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