Meu caro Vinicius

Meu caro Vinicius

De repente, não mais que de repente...

Vinicius de Moraes

É meu caro Vinicius,

Estavas certo na prédica

De o de repente desatinar

De perder-se de seu amar

Na mais bela forma poética.

 

É meu caro Vinicius,

Esse seu de repente tortura

Vem sempre ao revés

De um chorar do através

Momento póstumo, amargura.

 

É meu caro Vinicius,

Seu vaticinar estava correto,

Pois se fez “da amiga”, distante

E minha vida aventura errante

Só por não tê-la per perto.

 

É meu caro Vinicius,

A silenciosa e branca bruma

Fez-se em mim um vendaval

Prelúdio do dantesco temporal

Que do sonhar verteu-se, espuma.

 

É meu caro Vinicius,

Essa pedra no caminho

Esse de repente indesejado

Que maltrata enamorado

Fazendo do cercado, sozinho.

 

É meu caro Vinicius,

Espanto-me nesse teu pranto

Vivo de mim tão distante

Também de minha amada amante

Das mãos espalmadas, retrógrado espanto.

 

É meu caro Vinicius,

Nesse meu desatinar

O de repente renasceu

E o amor feneceu

Como irei continuar?

 

É meu caro Vinicius,

Como posso livrar-me da dor,

Se ela de mim distante está?

Virei até um louco poeta delirante

Per causa de meu desvairado amor.

 

É meu caro Vinicius,

Tu não mo ensinaste a vencer

Esse seu de repente voraz

Que no circuito leva, também traz

Fazendo o amor nascer, viver, perecer.

 

É meu caro Vinicius,

Sei bem que sou inconveniente,

Mas entenda-me amigo

Procuro tão só um abrigo

Para fugir de teu, de repente, não mais que de repente...

 

Leandro Yossef (VII/I/MMXIV)

 

 

Género: 

Comentários

da poética

dos imortais

se retira

a estética

que nos inspira

mais.

 

Saudações!

_Abílio.