Meu palco...meu poente

Neste palco o poente espreguiça-se tão meditativo
Estóico geme o crepúsculo delirante e provocativo
Paranóico o silêncio suicida-se num rumor retroativo
 
Neste palco o poente fecunda a noite com breus massivos
Nos céus expectantes, o tempo fluidifica mil afagos curativos
Entreaberta a escuridão consome tantos silêncios expressivos
 
A cada hora que além fenece aparalta-se um murmúrio tão felino
Alimenta todos os côncavos e ígneos desejos quase subversivos
Rasga o ventre das palavras prenhes de rabiscos mais evasivos
 
 
FC
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