Meu pobre amigo! Sempre silencioso!
Autor: António Nobre on Wednesday, 16 January 2013
Meu pobre amigo! Sempre silencioso!
Assim eu fui. Scismava, lia, lia...
Mudei no entanto de Philosophia.
Não creio em nada! e fui tão religioso!
Tomei parte no Exercito gloriozo
Que foi bater-se por Israel, um dia!
Cri no Amor, no Bem, na Virgem Maria,
Não creio em nada! tudo é mentirozo!
Não vale a pena amar e ser amado,
Nem ter filhos d'um seio de mulher
Que ainda nos vêm fazer mais desgraçado!
Não vale a pena um grande poeta ser,
Não vale a pena ser rei nem soldado
E venha a Morte, quando Deus quizer!
St. Johann-am-Platz, outubro, 1899.
Género: