MINAS PARA A POSTERIDADE

MINAS PARA A POSTERIDADE

A posteridade é amanhã,

É a manhã que supomos ensolarada

Pelo nosso desejo de luz e calor.

E só o nosso desejo a faz assim:

Iluminada!

As reverberações dos raios do sol nos portais,

Os cotovelos na madeira aquecida das janelas

Abertas de par em par, 

Uma a uma

E todas ao mesmo tempo 

Na rua que desperta.

A posteridade se escoa

E se coa  como o café de cheiro forte

Que paira no ar por alguns instantes

Há alguns séculos

Nas cozinhas de Minas Gerais.

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Comentários

Maria's picture

Que agradável leitura os seus poemas proporcionam, este com um intenso aroma a café nas cozinhas de Minas Gerais. :)

Maria's picture

Sim, o café: o aroma de nossa infãncia, dos tempos de ontem, dos tempos de sempre...

"No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu

chamava para o café.

Café preto que nem a preta velha

café gostoso


café bom."( do poema Infância , de Carlos Drummond de Andrade, mineiro de Itabira)

Obrigada, Rui Tojeira, por ler os meus poemas.