Miríades de silêncios
Autor: Frederico De Castro on Friday, 27 October 2017
Mascarei o silêncio cronológico despertando em cada
Gentil enlevo do tempo cativante, transfigurando a manhã
Tão enferma escorrendo pelas estreitas horas anónimas
Premiando a solidão com uma bravura quase desvairada
E assim se suicidou a inocência com que alimentava
Minha esperança
Cresceu, viçou espumando gargalhadas distraídas
Evaporando-se num verso híbrido qual negror de
Tanta tristeza horrendamente monótona e abstraída
A ilusão é brava e grotesca, alimenta todos os fantasmas
Que se agigantam no teatro da minha reclusão fazendo até
Murchar aquele sonho embebedando os desgostos de uma vida
Infrene…desenfreadamente contraída e perene
Formosa e tão pura nasceu a manhã beijando todos aqueles
Aromatizantes desejos em delírio secundando a hecatombe
De saudades fermentando na miríade de memórias crepitantes
Sublimando a vida neste ornado e etéreo verso tão desconcertante
Pincelei a noite que se cobriu de um redundante breu
Vestindo a luz que resvala num redimido lamento excitante
Até que todas as tristeza se tornem póstumas e palpitantes
Espalmando o silêncio abençoado, inspirador…incitante
FC
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