Monologo d'Outubro

A MEU IRMÃO AUGUSTO

    Outomno, meu Outomno, ah! não te vás embora!
    Ás minhas, eu comparo as tuas extranhezas.
    Ah! nos teus dias não ha Julhos nem aurora,
    E só crepusculos... Crepusculos são tristezas!

    E tu que já passaste o Outomno só commigo
    Não pensas ao cahir de tantas agonias
    Nas minhas, que tu sabes, ó meu melhor amigo?
    Cahi, folhas, cahi! tombae melancholias!

    Ides morrer, folhas! mas morrer que importa?
    Lá vae mais uma... mal nasceu e já vae morta.
    Levaes saudades? Coitadinha, sois tão nova!

    Tendes razão? Nem sei a fallar a verdade.
    Tombar quizera eu, só p'ra esquecer. Saudade,
    Irmão, não a terei tambem, lá pela cova?...

Foz, 1897.

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