Mudo
Autor: Edgard Videira on Sunday, 4 June 2017
3-04-2017
Ante as possibilidades de me maravilhar e a desilusão,
numa expressão contínua e fluída de imprecisões,
feita de pretéritos perfeitos e presentes transpostos,
acordo os mudos que me habitam
mergulhados no silêncio fúnebre da folha de papel.
Dai-me um mês, mil pratas e um copo de água
e eu calarei as vossas sátiras.
Se de vez ousardes duvidar
não vereis a vossa sombra
mesmo que a procureis em todos os lugares.
Enquanto me delicio com o vosso regozijo patético
olho o céu estrelado e a lua do meu quarto,
estendo o latim e nele adormeço.
Edgard Videira
Raul Moita
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