Mulher de busto

A vez primeira que ela foi vista,
Seviciadas eram as palavras numa pacata voz,
Qual se amada doce nos trovões suaves
De dias quedados perante horizontes inteiros.

A idade cumprimentou o tísico tempo
Ai de nós! Ai de nós!
Mulher de busto sol-posto
Amarelo borrado de vermelho
Tarde penetrada lentamente pelo ouro quente.
Quem sois?
És para mim cabotino sem graça
Pobre amargo, louco sem dente...

Uma magia ascendeu-se com tais beijos crus,
Os ouvidos deram as mãos ao senso deprimido tino,
Os cordões balançaram sozinhos
&
Os metais uivaram como lobos tristes.
A voz parida foi-se...
Tarde demais para escapolir
Triste demais para sorrir
Bela demais para amar.

Firme na glória de convidada senhora
Em mesas com jantas imensas,
Sábia fêmea em banhos com espumas nos seios

Enquanto o silêncio do mundo assopra... & espirra

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Poema instigante, que de certa forma tentei interpretar, acabando afinal mesmo não sendo o meu género preferido, por gostar.