Muros

Onde reside afinal a liberdade de escolher o território onde permanecer, se há muros que se erguem, fronteiras que separam, mundo que deixa de poder ser habitado livremente. Se o Homem é por natureza inquieto, curioso e explorador então as fronteiras são castradoras, mas infelizmente fazem parte da condição humana. É triste constatar que há pessoas, habitantes deste planeta que têm apenas como território de sua pertença o seu corpo e muitas vezes nem isso. O muro divide pessoas, divide territórios, divide afetos. Ante a sua imponência a respiração fica ofegante e o riso de uma criança é abafado, é a vida que é alterada profundamente e que sofre um duro golpe. Questiono-me como é que um homem, da mesma natureza de outro homem é capaz de perpetrar atos intoleráveis como estes. É uma vez mais a velha lógica do dominador dominado, dos jogos de poder selváticos, da imponência, opulência e ostentação da riqueza. É a fraqueza de espírito que guia estas mentes na maledicência, só uma mente fraca pode pensar que pode ser superior a outro ser humano só porque tem mais poder. É uma dor de alma saber que em pleno Século XXI há ainda cerceamentos à mais básica e elementar liberdade humana. 
É da maior importância que as pessoas sejam esclarecidas de que este tipo de atos não se compaginam com os direitos humanos universais. Que a mera existência de impedimentos à livre circulação de pessoas deveria ser proibida. 
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