Não é suposto
Diz-me como é suposto eu não gostar de ti?
Eu sei que não é suposto eu gostar de ti.
Mas nem sei o que é suposto sentir.
Sinto-te em cada batimento cardíaco, em cada movimento respiratório, em todos os pensamentos flutuantes que interiorizo diariamente.
Não sei se te amo, não sei o que tu chamas de amor.
O nome que damos às coisas é com cada um.
Misturar-me nessas nomenclaturas apenas me mergulha em confusão.
Tudo isto pode, ou não ser preenchido por uma questionável veracidade.
O que de verdade nunca poderá ser questionado é aquilo que sinto.
Quando traduzo emoções com palavras, e te digo que te sinto em mim.
Quando a depressiva realidade em que sou absorvido gradualmente é ofuscada pelo teu sorriso.
Quando o teu nome rima com felicidade, e o teu toque combina com o carinho que sinto por ti.
Quando a tristeza, não é de facto tristeza, porém a tua ausência.
Quando a felicidade, não é de facto felicidade, porém a tua presença.
Quando o tempo é ultrapassado pela intensidade.
Diz-me como é suposto eu não gostar de ti?
Eu sei que não é suposto eu gostar de ti.
Mas nem sei o que é suposto sentir.