Não era o meu sopro

Não era o meu sopro!

Não era o meu sopro
Que enfunava as velas dela,
Mas mesmo assim,
Vivemos eternidades
De palavras proibidas.
Sentimos horizontes
De sonhos acalentados.
Percorremos as efémeras
Distâncias de amores anunciados.
Por fim, chegamos ao fim
Sem que o fim tenha chegado.
Deitados na noite cansados
Mudos e calados
Ficámo-nos a olhar, desencontrados.
Carpimos magoas de pureza
Sem termos a certeza
Se podíamos ou não chegar
Onde um dia fomos
Capazes de sonhar.
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