NÃO VÁS AINDA

Pouso o olhar no teu rosto cansado
Não preciso dizer nada, conheces-me como ninguém
Com passos incertos e vacilantes
Levas-me até ao velho sofá da sala
Acaricias-me os caracóis, como fazias em criança
Enquanto deixo correr em teu colo,
Meu pranto…
Cada ruga no teu rosto tem uma história,
Que a vida marcou em ti como ferro em brasa
Quantas vezes te vi esconder as lágrimas!
Cai o silêncio…Deixo falar os sentidos
Luto contra mim em dolorosa agonia
Quero dizer-te o que sinto
Mas a dor na alma tornou-me cruel
Perdoa-me…
Sinto-me como folhas em vai vêm
E nesta tristeza que me domina os dias
Quando a verdade me aterra, sinto o tempo apertado
A dor cresce em mim, como o joio não desejado
Perco o olhar no horizonte, imagino o final amargo e trágico
Não vás ainda…
Tenho tanto para te dizer
Sem ti perco o leme da esperança e não consigo remar
Não vás ainda… 
O nada que agente sente…O tudo que a gente tem
Por favor…Não vás ainda MÃE!

 

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