Nômade

Nômade

 

Eu não sei aonde vou chegar, mas vou, estou indo
Partirei de madrugada, sem avisos, sem ninguém me ver
Quem notará que eu parti? Só o meu cachorro amigo
Somente ele veio se despedir, pois me tem apreço
Mas ele não dará pistas pra onde fui, nem que eu fui
Não levo nada na bagagem, só os livros que escrevi
E a coragem de quem não tem medo de nada
Pois nada há a perder, a não ser a ansiedade de partir
Já parti tantas vezes, mas sempre é como a primeira vez
Há um mundo lá fora e eu ainda sou destemido e desbravador
Devia eu ser um marinheiro, mas tenho medo do mar
Prefiro viajar em cima dos meus sapatos
Pois, se deles eu cair, a mãe terra me acolherá

 

 

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Comentários

Que belo poema

Faz-me pensar que nenhum de nós

poetas pensa partir. Mas se ainda assim parte uma vez

outras tantas regressou para o mundo alegrar com sua poesia.

Um grande abraço

FC