_Na despedida de hum Ministro, que partia levando seus Filhos_.

A Lei da pura amizade
Minhas lagrimas condemna;
Quer que ceda a minha pena
A' tua felicidade;
Vai; e em quanto a vil maldade,

E a intrigante cubiça,
A baixa inveja, a injustiça
Pézas na recta balança,
Conserva de mim lembrança,
Que he tambem fazer justiça.

E vós, lindos Innocentes,
Que nessas tenras idades
Já sabeis mover saudades
Nos amigos, nos parentes,
Quando lhe virdes pendentes
As balanças da razão,
Ide internecello então
Com rizos, com géstos novos;
Lembrai-lhe, que aquelles Povos,
Como vós, seus filhos são.

Género: