Na penumbra da solidão

Na penumbra da minha solidão pernoita
Um silêncio tão desapontado
Engole a noite que seduzida jorra sua
Escuridão, tão amordaçada, tão atarantada
 
Assim lânguida a saudade cinzela as sombras
Da tristeza que pousam ao longo de muitos
Labirínticos silêncios que amedrontados
Regam o céu com tantos aguaceiros tão saciados
 
Traz-nos a manhã que chega uma lembrança
Palpitante tatuando cada gomo de luz que desabotoa
Febrilmente uma caricia ou um afago…ah tão exorbitante
 
Na crónica dos meus silêncios sintetizo a solidão que
Me é ainda tão relutante, porque a consumo assim exultante
E dela me sacio no aconchego de um lamento mais sonante
 
FC
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