Na quietude de minha aldeia

Na quietude de minha Aldeia

 

 

 

 

Na quietude de minha aldeia

Vou esperar pelo raiar do dia

Antes do amanhecer...vou acordar

Os pássaros me encantarão com suas melodias

Aldeia granito adormecida

Esperarei ver o voo do Açor

Gracioso e imponente

O pastor acordou ....e o rebanho espera ansioso

Sair pelos campos pela frescura da manhã

Em busca da fonte... vai uma senhora de luto ...

De cântaro á cabeça

Água fresca que saciará minha sede

 

Na quietude de minha aldeia

Serenas searas acariciadas pelo vento

Ondulam como o mar, que é imenso

Imensas são as espigas de trigo que meus olhos abraçam

Abraço sentido de saudade

Ceifeira de lenço na cabeça

Mulher do campo...calejada de vida...

Queimada do sol... sentida , dorida

 

 

 

Na quietude de minha aldeia

O dia começou e o reboliço do mercado

Trás de volta o desassossego

E compra-se Carpas e Barbos

Sopa de peixe é o almoço!!

Pimentos da horta e tomates

Pão de três dias ...como manda a tradição

Na quietude de minha aldeia

Saboreia-se com sentidos

Sentimentos por meus avós

Agora descritos ...saudades de água fresca

E risos cada vez mais esquecidos

 

 

Na quietude de minha aldeia

A roupa cora ao sol quente

Lavada no tanque ... da fonte nova

Roupa branca e  sabão azul e branco

Segredos que guardo no âmago

Lavadeiras de sete saias

Os Sinos da torre da igreja

Anunciam que a alvorada terminou

Que as cegonhas e as andorinhas ...já chegaram

Esvoaçam borboletas ... esvoaça minha alma

Na quietude de minha aldeia

 

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uma quietude repleta de uma envolvência e vida

que pode passar despercebida a muitos de nós.

 

Saudações desde Caldas!

 

_Abílio.