Na quilha do silêncio

Na quilha do silêncio o dia amara esbelto
felino é longânimo
Magnânimo cada eco estende-se sobre
um freático afago anónimo
Impávido e sem heterónimo o tempo pincela
meus sonhos mais ergonómicos
 
Na quilha do silêncio as marés repousam
flácidas, embriagadas e apaziguantes
Entre os dedos a luz escapa-se caligrafando todas
as palavras voláteis e hilariantes
Em rodapé deixou escrito o epitáfio das minhas mais
fiéis memórias tão empolgantes
 
FC
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