*NA RUA*

Veijo-a sempre passar séria, constante,
--Ás vezes, inclinada na janella,--
Tranquilla, fria, e pallido o semblante,
Como uma santa triste de capella.

Seu riso sem callor como o brilhante
No nosso labio o proprio riso gella,
E ella nasceu para chorar diante
D'um Christo n'uma estreita e escura cella.

Seu olhar virginal como as crianças
Jamais disse do amor as cousas mansas;
Jamais vergou da Força ao choque rude.

Abrasa-a um fogo divinal secreto!--
eu sinto, mal a avisto, ao seu aspecto,
O brio intenso e negro da Virtude.

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Comentários

Sim, uma bela poesia. A terceira que tenho lido de sua lavra. Até agora não houve, sequer, um vislumbre de decepção. Parabéns pela beleza dos escritos.

abs...PAZ!