Nada pra mim...
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 28 July 2016
Doei tudo de mim
poesia, solidão
todos os lamentos
despedidas…lembranças
marchando nas andanças
da noite que suspira ao redor
de uma sentença editada
numa saudade ou num abraço
de reconciliação recriando
a caprichosa emoção degustada
no silêncio de todas as nossas semelhanças
Mendiquei emoções
deixei resignado o estado caótico
de todas as minhas solidões
cantando nas ruelas do tempo
onde folheio os pensamentos
mergulhados na infusão dos dias
agora esquecidos no frémito
desejo acenando pra vida repleta
de comprometimento
Obedeço apenas a este silêncio
em que me remeto na oficina
dos sonhos enclausurados
num colete de forças
hesitando nas palavras
reprogramando minhas memórias
que deixo em fuga alagar
nossos inconfessáveis segredos
quase umbilicais
num aditamento feliz
abençoado numa acta lavrada
com emoções excepcionais
Vou pra onde quero ir
deixarei pra ti uma cascata
de desejos factuais
explodindo e lambuzando
esta arritmia de versos
madrugando em cada
liberdade que nos sobra
arrebatando todos os silêncios colossais
alimentando uma gotícola de amor
que se desdobra numa receita
de afectos tão cordiais
Nada pra mim a não ser
a expectativa
de espreitar-te emotivo
apelando ao reencontro
naquele aprisco onde pastam
os gemidos cuidadosamente
criativos
tentadoramente apelativos
vasculhando nossas revelações
tamborilando no labirinto do tempo
onde nos despistamos
num verso sem rédeas
concebido louco em tons de prazer e
alucinações
onde felizes o amor concretizamos
sem mais limitações
FC
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