Nas entrelinhas do tempo
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 8 February 2017
Novo começo vagando nas entrelinhas
aromáticas do tempo
Marginalizar cada ilusão insana e fútil
A mesma emoção sempre grata e súbtil
O dissecar das vontades onde arrebato
teu ser quase indomável pincelando os
meus silêncios em cada oração dolorosa
esquecida num detalhe desta vida sinuosa
Novo começo e o tempo que acato
percorre o dilúvio dos meus
pensamentos, semeando o perfume
dos dias revogados e insinuantes
vestidos num arco-íris de ilusões
mesclando cada beijo pernoitando
num desejo tão fustigado e estonteante
Do começo ao fim
nada de novo…apenas
e só os contornos decididos
de uma memória sem autonomia
onde revivo cada momento
postergado na privacidade dos lamentos
cantados em estereofonia
Amanhã ou depois, quem sabe
nem eu…sem permissão da saudade
te guarde no invólucro das lembranças
boiando à tona das minhas fiéis esperanças
irrigando cada sonho que bebo na
mais intima fusão dos nossos seres
escoltando o vagar do silêncio esculpindo
e acalentando o cenário das nossas semelhanças
Sem apelo nem agravo chega
a noite disseminando a luz que
foge no breu da vida
perpetrando toda a escuridão que adorna
minha solidão
Ao longe escuto agora o brado do tempo
escapulindo pelos trilhos da memória
num emaranhado de sonhos coletados
a cada imagem subsistindo sem escapatória
FC
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