Natimorto

Divagando pelas ruas, busca isolamento
As ruas estão povoadas de vazio
Contempla a cinzenta paisagem,
É um ponto insignificante em uma realidade inebriante
 
Um ser podre onde pairam nuvens negras
Moscas zombeteiam sua carcaça inanimada
Eviscerado, no chão jaz todo seu interior pútrido
Vai se desfazendo, mas nunca perdendo consciência de si
 
Quando o último fio desintegra, acorda,
Suor frio, ofegante e ainda existindo.
Sem grandes sonhos, sem grandes metas
Não quer seguir a cartilha do "Como Viver"
Quer apenas a vadia solidão, e a possui...
Só e somente só. Um estouro, Mais um merda descendo em espiral
Se perdendo no seu fétido esgoto existencial.
 
Quem se importa? Alguém sabe sua identidade?
Sabem que teve um rosto?
O que se foi não viveu, só existiu.
Passou despercebido. E assim foi a existência de um natimorto!
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