Naturalmente, a Natureza em movimento.



Nos nervos que em vasos

Pelo pé da rosa espalhado

Definem-me os seus espinhos

E as folhas murchas no inverno.



Os botões despedaçam-se...

E as pétalas caem

Secas e queimadas

Inertes e sangradas.

Rasga-me o frio

E o teu beijo ainda mais me afasta.



Rasgar por rasgar

Esventras algo que não sei explicar

Mas é algo tão profundo

Que só o teu sorriso e o olhar

Podem um dia colar...



O sol esconde-se

Num intervalo inédito,

Entre as nuvens e o arco-íris...

No fim de tudo diz-se...

Adeus ao concreto

E um eterno olá ao abstrato.



Morreu sem se mostrar

Para renascer num sabe-se lá



É a natureza em movimento

O vento a o teu nome suspirar...

Finalmente.





César Ferreira.

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