Negro canto
Autor: Frederico De Castro on Friday, 20 February 2015
Saíu meu negro canto
no segredo
de um nome sem eco
com seu sorriso pronto
a contornar meu tédio na
quietude caudalosa
de tanta formosura
como teu sorrido desperto
assim me cerca gentil
abraça e encoberta
O olhar
olha-me então nublado
pisando vago os trilhos
onde demarco gentis harmonias
desenhadas
entre a alma e frenéticos desejos
meus
reclinados na epopeia infinita
que assim na alvura da perfeita manhã
eu liberto em perfeitos silêncios
num aprimorado elogio
a cada soluçar dos ventos
a cada derradeiro adeus no momento
Ali depus então
sedento e ousado
a luz suave que enleva
nossos sonhos
nas asas providentes
de uma esperança navegante
cativa nos enredos da minha poesia
esquecida nos desencontros da vida
que o silêncio vasto enfeita e cicatriza
FC
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