Nem de perto...nem de longe
Autor: Frederico De Castro on Friday, 10 June 2016
Foi daquele olhar que me despedi
imaginando-te aqui tão perto
encostada a um ramo de afetos
se despindo em fulgôres
matinais
de abraços repletos de amor
tão passionais apertando o pavio
da vida que se esvai nestes versos
quase…quase irreais
Foi a inquieta fantasia deslizando
na mecha dos dias
propagando
e incendiando a silente noite
que inesperamente se avizinha
e nós
momentaneamente naufragamos
na ecuménica recordação escrita no panfleto
do destino onde extraordinariamente
deflagramos cordiais…repletos
numa dosagem prescrita em
memórias entrelaçandas no
calendário que se esgueira no tempo
inexoravelmente
Nem de perto…nem de longe
assim concluímos nossa predestinada
epopeia
vagando pela miragem de um adeus
morrendo a jusante deste silêncio
tão categórico
num tom de luz marginal que ao
nosso redor feliz se estatela
numa brutal apneia
Foi apenas um breve aceno
vagando submisso na aragem
volátil dos dias
ao soar a empanturrada lágrima
caindo na partitura dos rascunhos
onde se acantona teu ser perfumando
cada prolífero silêncio enterrado
na antiguidade do tempo que jaz
cíclico, formal e deslumbrado
FC
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