NESGA DE AZUL

NESGA AZUL

 

Olhando a falésia escarpada,

Que plúmbea, me abisma o pensamento,

Sinto a minha alma encarcerada,

Ávida de seguir os quatro ventos.

 

Só uma nesga azul é descoberta,

Por onde entra o sol que m’ encandeia,

Nesta paisagem sombria e deserta,

A única razão que me enleia.

 

Mas, penso que apesar da mortalha,

Há, em mim, um estranho contentamento,

Como quem tem escudo que lhe valha.

 

Que a alma liberta de grilhões,

Evade-se num livre sentimento,

À procura de novas emoções.

 

LAF28MAR2021

 

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