No Calor do Inverno

Sinto falta do Inverno
Do frio na rua
A chuva lá fora…
Que bate copiosamente
No estore, a cada manhã de sábado.
 
Os nossos corpos cobertos
Tapados com os beijos quentes
Um corpo sobre o outro
O teu olhar sobre o meu olhar
Sem falar
Só a respirar
 
E no fim,
Só o silêncio ensurdecedor…
O silêncio a transbordar…
 
Um pé e o outro
Um toque que é um toque…
Um vulcão outrora adormecido
Agora de novo em erupção.
 
A natureza debate-se em nós
Qual raio de sol na claraboia,
Que derrete uma pedra de gelo
Num copo de whisky misturada…
 
Os cigarros que se acendem,
E que a brisa consome.
O fumo,
Na garganta travado,
Num beijo salgado partilhado…
Para a eternidade…
Saboreado.
 
 

 

César Ferreira.
 
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