No pedúnculo da via látea

Pelo pedúnculo da via láctea a noite hasteia
sua solidão inconformada
Nos céus um nubente silêncio amara junto ao
caule de uma carícia enamorada
Em brilhantes estilhaços a luz explode tão intensa
e pluviosamente pasmada
 
Pelo pedúnculo da via láctea o tempo desagua
num incontrolável sussurro indignado
Pelas mãos na noite massaja-se a escuridão pousada
num limítrofe eco bem trajado
Nos beirais dos céus rodopia um breu convertido num
belo trovão de uivos tão, tão grados
 
FC
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