Noite de inverno

Reminiscências de nevadas de outrora que congelam seu cadáver. Morto corrosivamente pela nostalgia do silêncio do amanhecer gelado. Espírito de porco embalsou-se no chiqueiro da insolência.  Obscuridade de toda sua índole: afastou ovelhas, atraiu lobos; traído por lobos, desvanece sua carne na noite de inverno, justaposto a memórias. Silêncio da madrugada é o concerto musical que paira em seus ouvidos. Sua saída do caixão seria a esperança de sua metáfora anafórica: viveu de pura algidez em seu interior enquanto hibernava os corações de outrem.
A vida ressalva que perdeu durante as estações da longevidade o tempo para aprender. Infelizmente construiu seu castelo glacial sem pestanejar as estações emotivas do outro. Hoje seu castelo derrete no mais alto fervor de verão que é o perdão que nunca existiu.
 

 

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