Num lapso de tempo
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 20 August 2019
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A manhã delimitada por sombras que se
Espreguiçam no divã do tempo, mergulham
Entre os quadris desta solidão tão ambivalente
Vestida de organdi cada caricia resvala pelos
Seios de uma ilusão quase complacente
Farta-se de gemer ao longo de um eco insolente
Badala longamente uma hora que fenece prontamente
Caia de branco o imenso silêncio que por lapso se
Suicidou num longo lamento deveras tão condolente
Tamanhos são os brados desta saudade imergente
Que a memória cativa e atrevida rasteja ali literalmente
Desterrada por uma brutal solidão vagueando erroneamente
FC
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